Quero que fique claro,
perante todas as indisposições,
que a minha vida é um privilégio.
O colapso das amizades, existindo,
não tem nada a ver comigo.
Quero que fique claro,
que sou quem sou. Eu mesmo.
O eremita interiorizado num crâneo,
teimoso e isolado, com as faltas dos outros.
Talvez as faltas dos outros,
sejam a originem das minhas faltas.
Será que tenho faltas?
Porque não ter o orgulhoso de tantos?!
A maior parte tem esse "dom"!
Se eu falhar, rio-me. Gargalho.
Talvez um nervoso trémulo,
uma transparência ou fragilidade
que só eu controlo no peito.
Fica sempre claro,
uma atitude de não violência,
oposta e recusa permanente a ódios,
mas tão honesta como a tempestade.
Uma qualquer tempestade.
Não de copos de água, como prevaricam
as almas que sofrem de fragilidade.
Os carimbos com que me identificam,
são tão falsos como nevoeiros,
que apesar de densos, nunca,
mas nunca conseguem tapar a realidade.
Quero que fique claro,
que escrever é um acto de amor.
Eu amo-me com esta dor,
que não é dor, mas não deixa de o ser.
É um vício fidedigno ao meu Ego,
amante profundo e desinibido,
em orgias constantes com a minha alma.
São géneros, são o climax que só eu entendo.
Gostai, ou odiai, ou criticai, ou ignorai!
Tanto se me dá, como se me deu.
Fica claro, branco como a cor
que no fundo não é cor alguma,
que me sinto possesso por mim,
por todas as sombras que não controlo,
por todas as "dores" interiores, as que me torturam,
e por toda a felicidade que nada nem ninguém,
consegue derrubar. É claro que amo tudo! Quase todos.
Que fique claro que amo muito.
Que fique claro que quando partir deste mundo,
ficará enrijado um sorriso na face,
que ninguém conseguirá apagar.
Que fique claro que acabei de ter um orgasmo,
que me vim com esta folha de papel,
e que nada me tira o prazer deste sexo interior.
Escrever é este prazer que não vos conto.
Que fique claro!
Que fique claro!
23NOVEMBRO2014
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