terça-feira, 4 de novembro de 2014

O PAPEL




Trabalhei até tarde,
com esta fobia estúpida da vida.
Chegar a casa,
tem um sabor a pouco.
Muito perto de um sabor a nada.
Mas tem este recanto.
O cheiro intenso a papel.
As dezenas de livros,
ao alcance das mãos.
A sebenta pouco virgem,
que desfloro lentamente.
Como hoje,
como agora,
é instinto de fuga,
de tudo o que fugiu,
de tudo o que foge.
É o abstrato que me chama,
o símbolo da letra,
o puzzle da palavra,
o labirinto do poema.
Este é o ponto.
Acabei o dia.
Quero retornar ao branco.
Talvez pense demais,
mas é o que sinto.


04NOVEMBRO2014

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