terça-feira, 18 de novembro de 2014

BEIJA-ME!




Não digas nada.
Lembra-te dos dedos.
Das mãos que tocaram,
horas a fio, esse corpo nú.
Arrepiada a pele,
só os lábios a demovem,
de um colapso vazio.
Os beijos,
milhares de beijos,
e o silêncio divíno.
Fomos Deuses.
Fomos poesia, fomos música.
Só os olhos falaram.
E tanto. Ó Deus, tanto.
Foi o penetrar-te,
como quem rasga os céus,
numa viagem maravilhosa.
Foi o clímax efémero,
com sabor da eternidade.
As estrelas.
As estrelas estavam presentes.
Brilharam intensas,
com a loucura do fim.
Tantos fins.
Finais ilimitados,
que nem o tempo travou.
Os beijos.
Não digas nada.
Não fales dos beijos.
Sente outra vez!
Fecha os olhos e,
beija-me!
Não digas nada!
Não quero ouvir mais nada.
Beija-me!

18NOVEMBRO2014

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