quinta-feira, 27 de novembro de 2014

ARRUMAR O SOL




Tudo resulta em bem,
quando a vontade precisa.
Esfomeado de palavras,
que até podem ser gestos,
que até podem ser beijos.
Sofreguidão de amor?
Lá bem no fundo...
O que é o amor?
Quantos tipos de amor?
Quantos géneros de amor?
Um tempo de silêncio,
calma que me beije a alma.
Alimento que pouco provo,
por má digestão de silêncios,
mas só e sempre, maus silêncios.
O silêncio varia, não é igual
o bom, traz um poder, que sei ter,
onde adormeço sem adormecer,
onde vivo sem saber viver.
Tudo flutua numa auréola de calma.
Arrumar as ideias, os juízos,
os sentimentos. os desejos,
os objectivos e as conclusões.
Arrumar-me!

Sinto-me bem assim, comigo.
Admirados com a facilidade
e com a franqueza da minha atitude?
Nada disto impede a tristeza,
o desapontamento, tanta coisa.
Teoricamente, a lógica poderia resultar.
A conclusão é simples e natural.
Tal como um rio, uma derrocada,
uma tempestade, uma restrita violência.
Os obstáculos, mesmo emotivos,
são ultrapassados com certa facilidade.
O silêncio limpa o arquivo, as memórias,
o óbvio que resolvi não acreditar.
Arrumei-me!

O miserável resultado é o receio futurista,
a falta de reacreditar, o medo da repetição.
É clínico o diagnóstico, eu sei.
Um trauma que já venho evitando com o tempo.
Uma previsão que se torna natural,
o sentimento estranho da desconfiança,
e aqui prevalece a luta pela realidade.
Nada se perde na aprendizagem.
A noite pode trazer-me sombras,
O Sol, traz sempre o acreditar!
Arrumado!

27NOVEMBRO2014

2 comentários: