EU e o mar.
Sentado, cabeça vazia,
Regresso de cheiros,
Do toque da onda morta,
Este meu mar.
Apetece-me ficar aqui indefinidamente.
O cheiro, a cor, o som.
Nada de comodismo,
Areia e mar.
E o Sol,
Claro está.
E o Sol.
É este o movimento,
Que me faz sentir assim.
O fim do dia,
A mudança das cores,
Calma,
Descompressão e o breu.
Um breu poético,
A natureza poetiza os elementos.
Vejo a vida por partes.
A imensidão do mar,
Quase infinito.
O real infinito do céu,
Repintado com diamantes,
Brilhantes, longínquos, distantes,
Para lá de um normal imaginário.
O som que acompanha a visão,
Uma espécie de mistura de estúdio,
Suave, lenta e técnicamente perfeita.
O horizonte. Os antípodas
Que sei existem, como todo o resto.
Harmonia com a vida, peculiar.
Sinto-me enraizar na areia,
Que já foi rocha,
Violada por um mar bravo,
Que a ama tanto que, a transforma.
O poder celeste, uma Lua intensa,
Imparável e acutilante.
O beijo da maré.
São horas assim, seguidas.
No final,
Tudo se resume a um punhado de areia.
Tudo se transforma em pó,
Como eu,
De onde venho,
Para onde vou.
Esta sensação de solidão,
É tão íntegra que,
Me dá a paz que não tenho tido.
E é o mar, e é o amar,
E apenas Eu.
16NOVEMBRO2014
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