sábado, 4 de abril de 2015

DESEMBARQUE DOS MEDOS




Por ventura chegará um dia,
Onde as flores se fartam das cores,
E transformam o mundo.
Tudo está ainda por realizar.
Tudo! Mesmo tudo!
O que conhecemos já o foi,
O futuro ainda o não é,
Torna-se tudo difícil de entender,
Quando me apercebo de nada.
Nada é o que existe aqui.
Vários nadas diferentes, revestidos,
Camuflados de realidade palpável,
A tal realidade que só existe, vendo.
E se for invisual? Existe tudo na mesma,
A perspectiva é apurada pelos sentidos,
Mas existe talvez ainda mais forte.
Forte! Força! Emoção! Palavras!
Tudo uma corja de dialetos e conclusões,
Atitudes e afirmações duvidosas.
Não me entendo. Eu sei que sou estranho.
Nem eu percebo o que faço aqui.
Não percebo porque escrevo estas merdas.
Tudo começa num desenho animado,
Que imagino na base do meu cérebro,
Onde as sinapses me transformam,
De tal forma violenta, que perco o controlo.
Não dói, é inodoro e insapiente.
Apenas uma teia que cresce descontrolada,
Onde os neurónios definham de medo,
E me fazem tremer em contradição.
Só me contradigo emocionalmente.
Só a emoção me faz ser um novo químico
Na tabela de reagentes que me conduzem.
Sou um mau condutor de energia?
Não! Sou uma forma de elevar tudo;
Tudo o que me rebaixa e escurece a vida.
Se for verdade o que penso, não existe mentira.
Mas engano-me demasiadas vezes,
Com uma frequência avassaladora,
Que me faz entrar nestes frenesins de loucura.
Adoro a loucura, pois fiquem sabendo.
Só do caos nasce a norma, e a regra que vos regra.
A minha lei, é um eterno desconhecimento.
A minha lógica, é uma eterna discussão.
O meu Ego deixa-me à beira do abismo.
E o azul, é assa a cor de tudo isto. De mim.
Da colagem do horizonte. Do céu e do mar.
Onde me perco, onde um dia será o fim.


04ABRIL2015

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