quarta-feira, 15 de abril de 2015

AMAR É SER-SE EU





Só as barcas nadam em silêncio.
Os beijos das ondas, são pequenos e
Crescentes com a coragem de o ser.
O aviso da realidade, é sentir
Um impulso, uma oportunidade
Que enfrente o rebentar das marés.
Só a coragem tem coragem.
Pensar nela é refúgio sem retorno.
Não se ganha, cresce e vive
E depois de tudo, acontece.
Nascer é coragem camuflada,
Um teste de futuro, que só agora
Depois de farpas e arestas,
É moldada à perspectiva do resultado.
Um primeiro respirar,
Um primeiro grito, o choro,
A coragem de nascer, sem saber.
Ó mães do Mundo perdoem-me
A dor do parto. Agora parto, daqui,
Porque aqui, onde fui parido,
Ficou a dor que não quero,
Que não pedi, que respiro
Até que chegue o primeiro amor.
Este mar que é a vida,
Tempestade programada e emotiva,
É o ser pequeno, e puro,
Num porto de colo seguro,
Até ao dia que o pensar cresce.
Que hei-de fazer? Nada, e regozijo-me
Porque amar o amor é preciso,
E viver é o caminho.
Amar é mar, sem remos, sem bóias,
Sem barcas e naus, mas assim,
Amar é ser-se eu. Porque sim!


15ABRIL2015

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