segunda-feira, 25 de junho de 2012

MOMENTOS...



Momentos de relaxe e pureza.
Praia de cheiro salgado, sisudo
O abuso, que o meu olfato anseia.
O sussurro e ladainha da espuma
Restolho de ondas inquietas,
No estrondo revolto nas rochas.
Cheiros e murmúrios a que me fixo.
Areia irritante que se me cola na pele,
mas que não paro de gostar numa festa.
O crepitar surdo de "degrades" quentes,
 O Sol, sem vergonha do cansaço diurno,
Que cai como herói, desfeito em auréolas
De luzes separadas, como final de batalha.
Sento-me. O deslumbre amotinado, goza
Sem parar de lutar com a perplexidade.
A leveza do ar que sinto, os salpicos
Sobram da irreverência do mar,
Tocam-me a pele como agulhas
De acupunctura frágil e suave,
Nesta forma hipotética de terapia oriental.
Resigno-me à Beleza que me escolhe,
No arrepio da alma satisfeita neste quadro.
Estar vivo é ler a vida. Rascunhos do mar.
Fica a memória impressionista que pinto,
Sem pincel ou tinta, neste quadro de fim de dia.
Os tons que se confundem sem perspectiva,
São a visão que vou perdendo aos poucos,
Distanciado por mar dentro,
Como halos translúcidos, hipóteses
Que se transformam nas cores dos elementos,
Perspectivando esta vida que me preenche.
Estar presente. Sozinho, nesta praia azul de mar
Onde a areia foi rocha algures no tempo; esta areia
Que me transtorna, mas que não posso abandonar.
Tenho este respeito vincado pelas formas.
A poeira de onde vim, para onde irei,
Que me enchem o ego e alma neste momento,
O tacto, o som e o cheiro da harmonia terrena.
Vejo e sinto a vida, a lentidão do presente,
Sem renegar respeito, distraído do mundo,
Assim, com a pureza e relaxe deste momento!

25 JUNHO 2012

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