Assobiando, o vento alimenta-me a pele
em zumbidos deliciosos que me acordam.
Absorvo a brisa da manha, de janela aberta
oxigenando o pensamento ainda dormente.
O chuviscar constante neste vidro,
separa-me do calor que sinto no peito.
Pequenas gotas de monotonia matinal,
como orvalho transparecendo numa tela.
Ao espreguicar os membros, abraco o dia.
Palpitam tantas as sensacoes em catadupa,
na procura do lugar certo no meu juizo.
Inspiro a frescura da manha, sem pressa
aos poucos para que me nao assuste,
na leveza e demora deste meu acordar.
Penso em tudo... em lapsos de tempo
de velocidades virtiginosas que nem sinto.
Na mulher que nao cheirei a pele,
na ausencia de sensacoes e palatos,
resignando-me a mais um dia de vida.
A vida que gosto tanto de sentir,
que se reanima e revive nesta lufada d'ar,
que ao acordar, de janela aberta absorvo
todo o oxigenio do mundo, e purifico corpo
e alma na coragem que nem sonho ter.
Assim mais um degrau nesta escadaria
subo ao encontro do imprevisto...
Um dia sera certa a minha saudade,
quando me sentar no patamar supremo,
sem escadas para subir... e uma janela.
Uma janela onde assobiando, o vento
me alimentara a alma, e os zumbidos
serao a delicia que me fara adormecer.
22 JUNHO 2012
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