quarta-feira, 20 de junho de 2012

MÃE DESERTA


Choro por ti lágrimas secas.
A revolta que sinto desidrata,
escarnio de assalto à minha alma.
Tenho a dor que te penetra,
em jorros fracos desse sangue.
Tenho o sangue lasso e lento,
por te ver chorar a miséria.
Ódio. Só assim o sinto!
Só assim me sinto doente,
em vómitos de mente frustrada.
Ver-te carregar um filho,
morto, seco de ti... Mãe deserta.
O abandono que te oferecem,
cria-me este único ódio que tenho.
Os gemidos fracos das crianças,
que já não é dor, mas único sopro
que mantém fracos os lutadores.
Os gemidos; são martelos de aço,
no meu peito desconcertado.
Choro as lágrimas da miséria,
na repulsa que sinto do poder,
que de inerte se torna miséravel.
A dor que pode ser e que é
maior quando perdes um filho.
Sinto o mundo de forma invertida,
de dentro para fora, vazio
sem harmonia, desfalcado de tino.
Quando vejo estas imagens,
sinto nojo da humanidade!

20 JUNHO 2012

2 comentários:

  1. Passei para te trazer um abraço apertadinho e um gostoso cheirinho de bom dia!
    Que o seu dia seja iluminado.
    Beijokinhas docinhas
    Gracita

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    1. Soube bem! Primeiro cumprimento do dia! Que o teu tambem seja cheio de Luz!
      Beijos
      Carlos

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