sábado, 24 de outubro de 2015

RECUSAR A DESISTÊNCIA




Tenho um telefone, já gasto
Por esperar uma chamada.
Sempre a mesma.
Aquela que nunca chega.
Quem sou eu, para ser diferente?
Milhões por aí sem telefone.
É o abismo da esperança,
Que encontro todos os dias.
Tudo porque a tenho,
Utópico e teimoso por mim,
Sabendo de há muito,
Que nada resolvo.
É um dom que tenho,
O dos outros e, não de mim.
Não choro por isso,
Mas choro, claro que choro.
Já não por moinhos e Quixotes,
Já não por sonhos reais e acordados.
Evidentemente que há o sonho,
Nem me desvio do que é fundamental.
Falta-me aquela pitada de,
Um sei lá o quê,
Nem sei bem para quê,
Mas sei que falta essa peça,
Esse pedaço de um pouco,
Ou um nada que me complete.
Quase desisto dos outros,
Mas de mim, nunca!
Nunca!



23OUTUBRO2015


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