domingo, 17 de fevereiro de 2013

A DOR DO CAMINHO



Perceber a dor do caminho.
Uma dor que nao e dor... mas doi.
A alma troca-me os passos,
estende-me caminhos e encruzilhadas.
Preciso de um local onde descanse.
Qualquer coisa serve... um poiso.
Sinto os membros dormentes,
automatos do caminho normal.
Quero vida e caminhos novos.
O campo, o Sol, o mar e a chuva.
Quero tempestade na minha cabeca.
Tenho o vicio de reflectir anormalidades.
O normal esta rarefeito e desfigurado.
Eu proprio ja o nao sou... ja fui.
Doi-me o caminho camuflado,
a confusao das minhas opcoes.
Estou cansado. Estou carente
de urgencias pre-meditadas por mim.
E as outras... as normais.
Um banco feito de palha bravia,
cheirosa de po dos passos de outros.
Um ponto de descanso, onde me sento.
Tenho o tempo como aliado eterno.
Posso sentar-me, cheirando tudo,
as fronteiras dos meus sentidos,
as opcoes dos meus caminhos,
olhando a encruzilhada de frente.
Inerte e provocadora como eu.
A diferenca dos caminhos,
esta na inocencia dos passos.
Lentos, lestos ou imoveis...
Preciso desta calma fingida,
onde descanse os passos,
onde descanse a alma.
O despertar, esse sim existe.
Quando sem que o perceba,
sinto os passos que dou agora,
por um caminho que nao escolhi.
E sorriu a adversidade da escolha.
A inercia da decisao camuflada,
diferente e inadvertida, custa-me
esta dor que percebo, sempre
que escolho um novo caminho.
Tanto que aqui se passa, sentado
sem nexo neste pensamento.
Uma brisa quente na face,
umas gotas pesadas de suor,
impedem que feche os olhos.
Aqui descansado, percebo a calma
e a dor de um novo caminho.

17 FEVEREIRO 2013

2 comentários:

  1. "A diferença dos caminhos,
    está na inocência dos passos."

    Na mudança há sempre rupturas...e as vezes isso dói.

    Um beijo

    ResponderEliminar