Talvez um pouco de sonho me acorde,
Me adormeça ou me torne lúcido de vez.
Preciso sonhar o que não sonhei hoje.
Estou exausto. Não durmo.
Penso, penso...
Seria fantástico, mergulhar num portal,
Onde a linha separadora da realidade,
Funcionasse como um espelho liquido,
Onde pudesse mergulhar a qualquer momento.
Sempre. Sempre...
Sentir gelar o corpo nessa viagem,
Sentir a vertigem do vácuo do destino,
O prazer da incerteza e, do próximo passo.
Talvez só mesmo, o sonho me entenda.
Talvez. Talvez...
Não me quero ver no espelho,
Não preciso de apreciar a imagem,
Quero apenas, passar impune ao tempo.
A fantasia transformada em imaginário,
Puro, tão puro como possa ser a pureza.
O abstrato das minhas ideias, tolhe
Esta mente, tantas vezes atormentada.
Sinto-me estranho, Sinto-me caótico.
Mas a dor, aquela diferença anormal,
A dor que sinto, torna-se agradável e,
Torna momentos inacabados,
Em espaços vazios, como a queda.
A queda e, este abismo constante,
Torna-se noite, onde durmo tão rápido,
Que é escasso o tempo, este preciso tempo.
O meu corpo, que esmaga sempre,
Um pesadelo profundo, a que não fujo.
Penso às vezes na loucura.
Nas mentes doentes, se serão como a minha,
Ou se tudo não passa de um sonho.
Começo a sentir os sentidos confusos.
Começo a não perceber o lugar certo.
Se o meu, se o dos outros.
Estou aqui, ou no outro lado do espelho?
Mesmo do outro lado, a sensação é igual.
Mergulhar a alma, uma queda...
O vácuo vertiginoso da queda.
O prazer inerente, que o há!
Mas sonho, acho que sim, sonho!
O meu corpo, não sente beliscar o vento,
A ausência de gravidade, não me faz feliz.
Mas sobra sempre algo, de bom.
Sobra sempre o efémero e,
A consciência de sonhar acordado.
24 FEVEREIRO 2013
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