A percepção dos minutos que correm,
cresce como a sobreposição de pedras
que constroem esta minha muralha.
O tempo limita o meu interiorizar da vida.
Sou a reprodução de um castelo inacabado.
O reforço do tempo, protege a minha idade.
Que poderei pensar amanhã?
Que sentido darei depois do agora?
As coisas. Todas as pequenas coisas,
servem de lustro ao prateado do luar.
Um brilho tenso e terno alimenta-me visões.
Tenho assim capacidade de escolha,
opção pela incerteza motivadora,
a justiça prática da felicidade.
Defendo a minha moral inacabada.
Permaneço na fragilidade do presente,
com a consciência exacta do acordar.
As madrugadas são frias ao despertar.
Os dias aquecem este Ego que assola
as horas infindáveis, mas restritas ao horizonte.
A calma, essa acaricia a dúvida.
Tenho um dia a mais, como ontem o foi.
Amanhã poderei dizer o mesmo, assim...
Sinto-me forte e limitado a esta muralha.
Isolo as perspectivas na inveja dos outros.
São as horas que me alimentam incertezas.
Assim, o tempo passa, mesmo sem histórias.
Por aqui me sirvo da necessidade de viver.
E vivo, mas não só por isso, mas por tantas
outras coisas que passam na indiferença,
que me tornam as opções em fundamento.
Na calma de ser feliz, não me sobra descanso.
Tropeço feliz na minha correria incerta,
em trilhos gastos e quase desaparecidos.
O reencontro, esse momento dá-me fôlego.
O oxigénio que me indica a próxima ilusão.
O concreto do tempo, dá-me este bónus
e um sorriso indelével de vontade inacabada.
Assim, mais um ano me preenche esta lacuna.
Mais uma meta que não criei, foi atingida
pela irreverência do desconhecido.
O tempo, passou e,
Será a minha idade.
11 FEVEREIRO 2013
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