Se o mar fosse cinzento como Inverno...
Se o céu ficasse pálido de timidez,
as nuvens seriam a espuma tolhida
pela derrocada intensa da saudade.
Se o Sol, não se escondesse
em devaneio de pura teimosia.
Se a Lua trémula de impaciência,
reflectisse as cores em tons quentes.
Tudo seria desilusão de hábitos,
comunhão de novos sentidos.
Se as marés fossem pequenos rebentos,
com as raízes moldadas pelo desespero.
Inverno mais alegre seria, assim...
com a metamorfose de novas cores.
As que tem, estaveis e submissas,
outras que animassem a surpresa.
A palidez do céu seria seio no teu corpo,
que procuro tocar sem ligar aos tons.
Os cheiros, galgam marés sem tempo certo.
A Lua seria o ponto de encontro,
onde os meus lábios selam o prazer.
O prazer de te ter, de uma vida cheia
onde tudo, num repente se transforma,
em nada... que eu sugo no vazio da luxúria.
O mar e a terra, determinam corpo e alma.
Um olhar lento na languidez do tempo,
o gosto de um beijo, o cheiro do teu corpo.
Um mar cinzento. Um céu diferente...
Uma Lua determinada pela diferença,
um horizonte novo neste sonho sem nexo.
Apenas o corpo... o teu. O meu...
O paladar intenso de um "até já", trémulo
na comunhão de espasmos de ventres intensos.
Assim, transfiguro a nossa tempestade.
Desligo o hábito das ilusões teóricas,
como uma simples tomada sem corrente.
Mas fico no imenso espaço que me resta.
A ilusão incerta do sonho, dos cheiros ausentes,
mas com a imagem personificada da tua alma.
E ficas assim comigo, ilustre musa minha
como se metamorfose dos elementos fosses.
Sinto-te, vejo-te... até à eternidade!
14 FEVEREIRO 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário