A revolta nas sobras da vida,
É uma moldura viva,
Vazia e permanente.
Um banco de frente e,
Eu na leitura dos povos.
Se os meus olhos sentem,
Não fabricam a realidade.
Encontram o fruto maduro,
Já caído por falta de sustento.
Não existem coincidências,
Porque tudo parece inevitável,
Tal como este aparo de lápis.
O carvão arrasta-se desiludido,
Desfaz-se em letras,
Sem conquistar o auge da espécie.
Um diamante perdido. Bruto.
Burilado, polido e milionário.
A linguagem incendeia o papel,
Com frases oxigenadas,
Com o crepitar escorregadio da tinta,
Um aditivo à imperfeição purificada.
As vidas correm em alta velocidade,
Um filme vivo, visto do outro lado,
O vazio das interpretações,
Nesta moldura vazia, inerte e frenética.
A estática é inteligente,
Corre como a vida num caos
Imparável ao som dos segundos.
E eu, um tal de relógio vivo,
Abrigo o pêndulo regulador da justiça.
O "tic tac" dos meus olhos, corre...
Cada humano que passa por mim,
Estaca momentaneamente sem opção,
Sem saber do tempo que perde.
A infância, desaparece num "clic".
Num esfregar de olhos,
Já sou o adulto que não pedi
Com todas as consequências.
Contra o quê? Contra mim!
As pessoas, são como fogo liquido.
São combustível privado e egoísta,
Que queima lentamente o individuo.
São as sobras da vida, são.
Sou eu e muitos mais, assim sentados
observando e observados, desorientados
Por tanto comportamento solto.
A dinâmica do compasso humano,
É imparável na mediação dos hábitos.
Uma moldura humana constante,
uma moldura viva, vazia e permanente.
As mentes, dormentes, habituadas
ao brilho translúcido, da sobrevivência,
São como eu, aqui sentado.
São humanas as sobras da vida.
18 FEVEREIRO 2013
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