Cheiro este rio ate morrer.
Cheiro este rio desde que nasci.
Tenho a historia escrita nestas aguas,
forte como o poder da tua corrente.
Tenho-te impregnado em mim,
em cada poro que respira o teu caudal,
mesmo longe persiste a saudade.
A memoria poderosa do povo,
soberana nestes encantos latinos,
velha e bravia na coragem lusitana.
Tenho-te aqui na memoria,
onde os Jeronimos se ajoelham,
onde o mundo cresceu submisso,
adoptado como sendo teu filho.
Tenho-te nas igrejas centenarias,
as rezas e lagrimas da partida.
Cheiro-te o pranto do desespero.
Es Tejo em mim...
As bandeiras que passaram,
tantas, que foram apenas uma,
uma nau de corvos, destemida.
Uma unica saida consciente,
a foz com mares de palha,
tao fortes como tormentas.
Cheiro a tinta das tuas fachadas,
o cheiro dos bairros subjugados,
o eco do povo, o teu alento.
Tenho a tua saudade, tao viva
como este bater de coracao,
pela grandeza da tua historia.
Choro-te no fado que canto,
no copo de vinho, nos pregoes...
a varina, o jornaleiro, o eco dos sinos.
O desenho na pedra da calcada.
A tua cor ao amanhecer, tao bela
como belo revives o crepusculo.
Beijo-te num abraco eterno,
no alto de todas as colinas,
nos bairros velhos e mirantes,
nas muralhas do castelo.
Es tu a vida desta cidade,
que em ti nasceu milenaria.
Porque es o futuro, sorrindo a
um povo triste, que nao desiste.
Amo-te Tejo, por estares em mim.
25 FEVEREIRO 2013
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