Controlando a luz ao fundo...
Veios tremulos de cores quentes,
definem o poder desta energia...
calor e vontade imersas entre camadas,
que sugerem misterioso poder creativo.
A indefinicao que sinto, num repente
e a repeticao da permanente duvida,
com autenticidade desta fe desfasada,
definitivamente arquivada, em lugar proprio.
Como filas de tomos ancestrais e sagrados,
com cuidado guardados, nas estantes da minha alma.
Tal como uma biblioteca, tenho a fe organizada.
Tenho deuses de moradas diferentes.
Sectores onde arquivo as crencas coloridas,
habitos e atitudes tao faustas como estranhas.
A admiracao que me sustenta a curiosidade,
tem este poder de me tornar esfomeado...
quero saber mais e leio. Alimento-me de letras,
que me tornam, cada vez mais incompleto.
Tenho esta sensacao de vazio... tao estranho.
Quanto mais sei, mais fica por saber.
Admiro a versatilidade dos escribas,
como os de hoje imitam os ancestrais.
O romancear dos factos que nos foram dogmatisados,
tiveram o poder da poesia... fes e dogmas seguidos,
pela tinta de um imaginario que metamorfosiou
realidades deturpadas que seguimos... seculos seguidos.
Ja nao ha historiadores poetas. Jao nao teem o luxo
de florear em torno dos factos... senao incompetencia.
E esta luz aproxima-se sem pressa, mas o brilho cresce.
Procurar iluminismo pela sabedoria, deixa-me assim,
em reticencias permanentes sem qualquer conclusao.
Esse e o misterio da fe! O nosso misterio...
Nunca saber tudo... deixar caminho sem final,
onde a estrada continua, e os degraus nao param.
O caminho ate essa luz, onde ali mesmo ao fundo,
tem o brilho fantastico do conhecimento infinito.
Nao tenho pressa em aprender, ja nao corro...
Aprendi que morrerei inculto, onde cada pequeno livro,
que arrume na estante da minha memoria,
sera sempre e apenas mais um, que abrira mais espaco,
a tantos outros que nunca me mostrarao o fim.
A estante da minha memoria, continua por preencher.
Quero ler enquanto tenho tempo... so assim,
controlo essa luz, num tunel talvez, mas ao fundo...
28 JULHO 2012