sábado, 1 de março de 2014

PERSEGUIR O AMOR





O silêncio que me é imposto,
realmente fala cada vez mais alto.
Tenho pena!
Realmente tenho pena!
Como poderá ser possível perseguir o amor?
Toda a paixão, por quem a sente,
trás consigo uma ilusão sádica e estúpida.
Como perseguir algo a quem não sente?
Esperar calor , onde o frio impera,
é como encher um balde a conta gotas.
Tenho pena!
Realmente tenho pena!
O amor é como uma obra de arte.
Há quem tenha jeito para amar.
Há quem nasça apenas para ser um bom amigo,
apreciando ávidamente a paixão dos outros.
A sua, essa, é uma tela branca,
complicada, rica numa doçura
constante e falta de criatividade.
Tudo passa.
Perdem-se os impulsos, as vontades,
perde-se o desejo e a saudade.
Tudo se perde.
Tudo se transforma.
Eu, eu perco um pouco de mim.
Perco um pouco da minha inteligência,
desmembro-me de toda a lógica.
Tenho pena!
Realmente tenho pena!
Tenho pena de quem perde.
Eu, não tenho mais nada para dar.
Dar, é um verbo de retorno.
Dar, implica receber, um pouco.
Apenas um pouco.
Há quem nasça apenas para receber.
Tenho pena!
Realmente tenho pena!
O futuro já não chora,
já não persegue, já não sente.
O amor não se persegue.
O amor existe, ou não.
Desistir, nunca!
A vida continua!

01MARÇO2014

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