Sonhei algo de fantástico.
A arte como criação humana.
Alguém pegou no meu corpo disforme,
inanimado, inexistente, obsoleto.
Uma massa de carne,
um esqueleto à espera da obra.
Uma mulher foi o começo.
Um olhar discreto, assumido mas discreto.
A metamorfose começou.
A aproximação dos corpos,
um já pronto e criado por inteligência,
outro, inerte, obsoluto, por começar.
Bastou um toque. Um primeiro toque.
Algo de imediato nasce,
toda a estrutura reage, cinzelada,
ao toque dos dedos desta mulher.
O resultado final, não tem a urgência dos olhos.
A arte está direccionada ao interior,
ao que se sente e não se vê.
Aos poucos, nasce a obra.
Aos poucos, a escultura toma forma.
Não é rígida a matéria, modela-se,
pensa-se e acontece o milagre.
Há uma paixão inerente,
a paixão doentia de quem sabe esperar.
Basta-me o momento certo.
Basta-me a paciência,
e saltar fora da minha pele.
Basta um dia abraçar-te,
surpreender-te e amar-te,
e perceber que a vida é de quem a quer.
Que pertenço a quem me fizer feliz.
A matéria existe, falta finalizar a obra.
07MARÇO2014
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