Vou explicar-te o perigo de acender um fósforo.
Sabes, o fogo tem uma atracção diabólica.
Não sei se por associação de Diabo e Inferno,
se por ser elemento natural e insubstituível.
Tem uma força indiscritível o acto pirotécnico.
O fogo, é alma quente mesmo que por imaginação,
é sinónimo de intensidade e combustão de atitudes.
Atear uma chama, é activar um sonho brilhante,
como quem derrete um cubo de gelo por desejo,
onde o jogo amoroso é especial e penetrante.
Penetrar nesse fogo, é sexo louco e intransmissível.
Meu Deus, eu blasfemo do delito, como o preciso!
Tenho toda a vontade profana de penetrar a carne,
com a luxúria de uma libido adormecida por inércia.
Fico furioso com a inércia consciente e o silêncio.
Sou adepto e animador do silêncio inteligente.
Silêncio por fuga e cobardia, abomino e desdenho.
O meu purgatório é este. Difícil de entender,
fácil de resolver, onde apenas a certeza do tempo,
o filtro de toda a minha subserviência, acaba.
Um fósforo alimenta um fogo imenso.
Uma chama alimenta toda uma paixão inanimada.
A espera permanente, é fogo que queima sem opção.
O calor do fogo queima.
Tenho o corpo e a alma cobertos
por todas estas chagas irreversíveis.
02MARÇO2014
Um fósforo alimenta um fogo imenso. Uma chama alimenta toda uma paixão inanimada.
ResponderEliminarSublime Carlos Lobato, o que escreves.
Grato amiga!
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