sexta-feira, 9 de novembro de 2012

SACIAR A PRESA




Seguindo as pegadas da presa,
cheirando o odor que me excita,
descubro cama vazia, sem cheiro
o pouco tempo... os lencois famintos,
enfomeados de desejo e gemidos.
Es a presa que espero comer,
cheirar e lamber, tocar com os dedos.
Quero ser impetuoso, mas macio
puxar-te ancas e peito, ansioso
que me queiras, e te possa provar.
Quero ser lento ao despir-te a pele,
sentir a carne saltar devagar, invadir maos,
bracos e pernas, apertar-te sugando
tudo o que a boca deseja e quer provar.
Quero demora na prova, tempo sem tempo,
manter o momento, por mais que possa.
Sentir-te por fora e por dentro, louca...
na loucura que o corpo, liberto devora.
Vais-me segurar, apertado em ti
no sumo que bebo ate a ultima gota.
Entrelacar os dedos, sentir no aperto
intensos orgasmos, o auge dos cheiros .
Sentir os peitos exaustos, saltando
procurando o ar consumido a fundo.
E ficar... em lacos de pernas coladas,
amolecendo a carne que fica em ti.
Mais tempo... tempo sem tempo,
manter o momento e sentir-te assim.
Domada a presa, que comemos os dois,
devorados os cheiros, saciada a sede
nos ribeiros que fizemos escorrer.
Saciados em sossego, desfalecemos a carne,
retesando a vontade dos corpos colados.
O olhar foca,  ao falar em silencioso, lento
como o piscar dos olhos, os sorrisos que contam,
as sensacoes de prazer, que ambos consumimos
devorando um no outro,  a carne da nossa presa.

09 NOVEMBRO 2012


2 comentários: