domingo, 11 de novembro de 2012

UM CAFE, UM LIVRO E ALGUEM...



A criacao de castas sociais, desafia-me a consciencia.
Observo pessoas incognitas, desde a esquina da rua,
passando a minha frente, sem me verem com a simples
indiferenca do ser humano. O cotidiano actualizado
nas massas de betao armado, onde a maior indiferenca
e a mesma atencao que damos a outros como nos.
Somos tao culpados como os reus. Os reus de rua
incognitos, no olhar objectivo, mas sempre admirado
por uma critica individual, que serve de auto afirmacao.
Repara toda a gente, no pequeno estranho pormenor,
de outra tao pequena atitude, diferente da nossa.
Claro que ha reaccoes antagonicas, critica mais metodica,
acabando de forma inconsciente, classificar como casta
o antagonismo do comportamento social. Cada um,
perde tempo de vida propria, na critica da vida alheia.
Ciume ou admiracao... desdem ou consternacao,
a casta fica subjectivamente nomeada na memoria.
E somos todos contra isso! Contra castas sociais,
que desesperadamente construimos, na vontade sincera
de as eliminar. Severos e humanizados, com a pena
expressa pelo mais fraco, acabamos por enfraquecer
esses mesmos pobres, que mesmo de alma, tenham
a capacidade impensada de ser diferente. Por isso,
me sabe tao bem, este cafe quente, num frio que acentua
a mudanca do ciclo da vida, onde o vapor do meu bafo
gelado, se confunde com o aroma do fumo do cafe quente.
Aqui sinto, sem pensar em nada de significativo,
enquanto leio o livro que me atrai nas sobras do dia,
um sorriso que nao evito, que me torna ironico na
minha propria forma de estar como pessoa. Apenas
a concentracao de momentos, transformam o meu mundo
em capitulos imaginarios que me confundem o real,
que me interrogam a consciencia, e que me atraeem
a duvida de ser tao pequeno na atitude, como todos os outros.
Um cafe, um livro e tempo para olhar, momentos de prazer.
Um prazer que nao tinha antes de me sentar nesta mesa.
A duvida, a critica e a atitude, surgem quando menos se espera,
ao observar alguem indiferente tal como eu serei para outros,
que surge incognito, no dobrar de uma esquina qualquer.
E tao estranho ser humano, quando a inteligencia nos atraicoa.
O cafe e bom, aqueceu-me o corpo, o livro que pouco li
servira de contento mais tarde, ao deixar de pensar nos outros.

11 NOVEMBRO 2012
 

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