Como me sinto estranho com o passar do tempo.
Tao inevitavel e estranho, como o prazer de escrever.
Tao coerente e previsivel sentimos nos o tempo.
A angustia que sinto, sinto-a na impotencia propria
de nao o poder manipular. Nao quero adivinhar...
Nao quero no presente ser oportunista do futuro.
Mas o passado... ter o poder de manipular o passado.
Evitar miserias e dores, tao reles como evitaveis.
Ter um pouco a mao de Deus, decidir pelo bem.
Mas nao tenho ilusoes utopicas, apesar de sonhar.
So assim manipulo o tempo. Sonhando imaginarios,
sentindo reflexos nao invertidos da vida ideal.
O que me passa agora pela cabeca, e indecifravel.
Desejo... apenas puro desejo. Nao carnal, que e bom,
mas humano na intencionalidade, e conseguir
seja de que forma for, acabar com a miseria.
Talvez, concerteza, so mesmo pelo sonho.
Refletindo concluo, que afinal sei sonhar.
Que sonho mais vezes acordado, que dormindo.
Uma janela aberta absorvendo a energia solar,
que mesmo o vento por mais frio que sopre,
nunca conseguira esfriar aquilo que sinto.
Mas o passar do tempo, nao deixa de ser cruel.
Egoista e idiota tantas vezes, por nao parar.
Talvez sinta ciume... por ser efemero, por ser mortal.
Talvez sinta ciume... o tempo nao sente, por ser imortal.
Mas na consciencia da minha alma, da minha carne
e do meu espirito, nao lamento absolutamente nada.
Aproveito o que resta. Aproveito a lotaria dos momentos,
absorvendo a beleza da vida, a cada passo, a cada minuto.
Talvez mesmo la bem no intimo, sinta que o tempo
existe assim, por alguma razao que nao entendo.
Talvez por isso vou goza-lo, a cada segundo,
como lobo esfomeado de presas dificeis, lutando
para que a minha alma se sinta farta, na arte e na cultura.
O tempo passe entao assim... ja nao lhe ligo.
03 NOVEMBRO 2012
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