quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

RECIPROCIDADE !






Quando o corpo já não funciona
Da mesma forma que costumava,
Quando as feições se tornam novas
Pela idade que as envelhece,
Talvez sinta forte no meu peito,
A falta daquela batida inconfundível.
A memória pode ser traiçoeira também,
Porque sentir a ânsia indecifrável,
Pode ser apenas um plano da alma,
Que me faz sentir o bater das estrelas,
Os brilhos que vejo ao fechar os olhos,
E sentir o quanto me fazes falta.
São palavras, pois eu sei que são.
São momentos não necessariamente
Prementes ou carentes da tua sensação.
Mas são memórias. É o poder humano
A surpresa do sentimento.
O sonho. Tudo o que és!

Lembro-me de vários amores.

Não quero catalogar, por ser impossível.
Ninguém pode ser comparável,
Pelo simples facto da diferença.
Só aquela tal sensação inebriante,
De uma qualquer passada paixão,
Pode ser semelhante pela intensidade.
É o amor, a alma, o calor e a calma,
É o sexo, o auge e a entrega, é tudo!
É eu estar aqui a esta hora da manhã,
Misturar uma parafernália de coisas boas
Sorrir com a ausência e aprendizagem,
O não arrependimento, a decisão,
O que sim, e a coragem.
A entrega sem azo a explicações.

E tu, borbulhando no meu sangue.

Será que sim?
Acho que de tudo um pouco,
E de tanto pouco, apenas um nada.
É como mergulhar num lago,
Imerso até para além da morte,
E não morrer. É não precisar
De humanidades corporais,
Essenciais a uma sobrevivência,
De um corpo que, também não preciso.
Dei e dou tudo, o que tenho a dar,
Sou e serei, tudo o que tenho de ser,
Fiz e farei, tudo o que tenho a fazer,
Desde que o sinta! Só preciso uma coisa,
Simples, ou não tanto; forte ou fraca,
Mas que exista sempre.
Reciprocidade!




28JANEIRO2016

Sem comentários:

Enviar um comentário