terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A MINHA QUOTA PARTE





Ás vezes, sei que posso mudar,
Ou porque tenho opção,
Ou porque é obrigatório,
Mas sempre que mudo,
É sem a sensação de retorno.
É ambíguo o retorno, a mudança,
A fuga ao hábito, à norma, á forma.
Tudo é o que tem de ser,
Mesmo que o que passou a ser,
É-o apenas por opção não obrigatória.
É como ir à igreja, por uma fé
Que existe por frustração efémera,
Como quem vai e acredita na homilia,
No conceito desenvolvido da criação,
De um Deus que é um nome,
Como tantos outros nomes e outros
Tantos Deuses. Mas é preciso acreditar!
Eu também acredito. Mas sou diferente.
Acredito no respeito e nas lições,
Na análise às reacções e convicções
Que não se explicam com objectividade,
Porque a convicção ultrapassa a definição.
Eu defino-me como parte divina,
Porque o divino é individualmente repartido.
E juntam-se os indivíduos, as convicções,
As culturas e religiões, e eis-me, aqui,
Afinal numa humildade quase absolutista
Correndo o risco de que me considerem
Tanta coisa, começando pela "arrogância"
De me sentir afinal, como sendo superior.
Mas sou. Claro que sou superior,
Porque somos todos superiores, basta pensar.
Somos todos Deus. Somos um Templo
Individual e adaptável à humildade pessoal.
Porque sim! Porque ser superior, é ser humilde.
É acreditar que temos o poder, o nosso poder
Como quota parte de outros poderes que achamos
Inatingíveis só porque somos efémeros e, um número.
É aqui que começa o Universo. Em nós,
Nano proporções universais ou cósmicas,
De uma superioridade infinita, sem início definido.
O meu e nosso "problema" existencial,
Não é saber para onde vamos, mas de onde vimos.
Não o que somos, mas porque o somos.
É por tudo isto, e muito mais, que penso
E que concluo, sem saber resultados,
Que sou parte essencial neste grão de pó,
E é assim que vou crescendo, sem saber crescer
E que o que sei, é irrisório, mas quase suficiente,
Porque o Tempo é pouco, e neste pouco,
Sabe-se ou tenta-se chegar o mais perto possível.
De quê? De quem? Pois nunca saberemos,
Pois como as palavras, escreve-se até à exaustão
Sem saber onde acabar ou começar o que não conheço.
Logo, sou eu o meu Deus, até que o "outro"
Me ensine a ultrapassar todas as duvidas!



19JANEIRO2016

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