sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

ECO DE UMA CONVERSA






Não percebo uma palavra do que dizes.
Não és forasteira nem alucinada
Só o momento me turva a visão
Pelas pedras que ensurdecem
E o encanto das raízes por nascer.
Fazes-me pensar no que esqueci
Nas memórias que perdi no arquivo
Que afinal depois de perder a chave
Caiu do topo da moldura do quadro
Naquela parede que detesto.
O espaço é vulgar e desinteressante.
Só o eco de alguma conversa
O poderia animar com boas cores;
Mas não entendo o que dizes
Mesmo olhando-me nos olhos
Que até será comunicação para alguns
Mas que falha e tropeça entre nós.
Só o abraço, longo, silencioso,
Me faz entender o que poderias dizer.
Mas não dizes!



07JANEIRO2016

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