sábado, 18 de julho de 2015

SÃO PALAVRAS!






Há um terno embalar nas palavras.
Depende do ritmo, se o tem,
Se o querem, se quero que tenha.
Mas embalam a azia da Alma.
Acalmam ou derrubam muralhas,
Constroem-nas até, subtis,
Infecciosas, acutilantes...
Mas são ternas. São mesmo ternas!
Só a posição que lhes damos,
Os contextos que criamos,
Fazem delas prolongamento,
Tão soez como elevadas.
Sinto as mensagens disfarçadas,
Porque é essa a função difícil,
Que escolhe o prazer em lê-las.
São os símbolos que não ligamos,
Que usamos para criticar outros,
Tantos outros símbolos estranhos.
Estranho é o que não entendo,
O que não sei, agora, depois,
A eternidade do desconhecido,
E por isso vivo, com as palavras.
É amor intenso, com dor intensa,
Que me alivia a disfunção da vida.
É impertinente a poesia,
Não só por ser (por vezes) pia,
Mas porque só vive das palavras.
E amo esta forma de falar do amor.
Porque fica eterno, escrito
simbolizado por formas de escrita,
formas de letra, formas de gente,
Em forma de nada, só assim...
Escrevo por escrever. E amo,
Amo o que escrevo, mesmo o pouco
Quando amo o que não quero amar.
É difícil escrever assim,
Misturando o simples símbolo,
Pela simbologia do significado.
São palavras, meu Deus,
São palavras!


17JULHO2015

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