Quando leio alguns Mestres,
Tenho esta teia que se desfaz,
Que me deixa cair num vácuo,
Tão Infinito de toda a lógica.
Expando as memórias que retraio,
Como censura ultrapassada,
Revista e processada por mim,
Mas que contínua intocável.
E pergunto-me, porquê eu?
Porquê eu, o pasmo de nenhures.
Para quê tentar escrever, nada.
Sei que a razão, é um todo,
Um somatório inconformista,
Feito por demasiadas parcelas.
São as fracções por elevar,
A multiplicações oxigenadas,
Onde o ar é ainda mais rarefeito.
Quem sou eu para falar convosco?
Quem sou eu? Nem eu sei.
Sou um pedaço pesado de carne,
Envolvente da matéria ciente,
Que mais apraz a minha existência.
A minha eterna procura do ponto.
Do ponto interno, do Templo
Que refaço constantemente,
Como aprendiz de pedreiro,
Como pedreiro livre de fronteiras.
E tudo afinal, já é passado.
Esta frase, já é a seguinte,
De um passado recente.
Pergunto-me até à exaustão.
E não durmo, ou durmo pouco,
Ou durmo muito até ficar cansado.
É esta rotatividade que me enlouquece.
É esta loucura que amo.
É com esta loucura, elevada a uma outra,
Que um dia será o final dos outros.
Sou o que nem imagino ser,
Porque ser, é o Ser que não sei.
E existo! Pois claro que sim.
Mesmo até, só porque sim.
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