sexta-feira, 5 de junho de 2015

EXCESSO DE TRANSPARÊNCIA





Quero prolongar o incerto,
Na medida proporcional ao exacto.
Equilíbrio.
Mediação. Isso tudo.
Há uma página que prometi escrever,
Um dia.
Um dia qualquer,
Que me permitirá respirar com audácia.
É fácil. Sei que é fácil para os outros.
Sou um animal de hábitos estranhos,
Sem prodígio próprio, senão
Procurar o que posso e quero confiar.
Há um mundo no meio de tantos.
Só neste palpável onde vivo,
Consigo tocar em vários estados,
A aliança que me alimenta o silêncio.
Não é um silêncio qualquer.
É o meu, comigo próprio, sozinho,
Até aos momentos de resposta,
Que só eu ouço por dentro.
Acreditais no oculto?
Na luz deliciosa da loucura simples,
No profundo interno dos elementos?
Sei eu que Alquimista gostaria de ser.
E sou! Tenho a minha alma treinada,
Tanto quanto possível, na ligação.
Sofro de excesso de transparência,
E não quero sarar esta "doença".
Toda a semelhança com a realidade,
Poderá ser coincidência, coisa irreal,
Algo que nunca acreditarei, por inerte.
É nudez que veste o meu Ego.
Sou puro como a água da nascente,
No alto da montanha mais alta,
Onde a frieza desliza imparável,
Até ser quente. E amante da vida.
Quem grita como eu, sem voz
Afónico de saudade impertinente,
Não pertence ao resumo do Tempo.
É o que me trava a vida, Tempo e,
É essa a razão da minha transparência!



05JUNHO2015

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