sábado, 20 de junho de 2015

ESTOU CALADO




Acabo por me calar,
Sempre.
Sigo o Mundo,
De frente.
A Linguagem e,
O dialecto são,
Pouco.
Quase insignificante.
Só os sons evoluem.
Os tons e misteres,
As cores e haveres.
Há tanto de tão pouco.
Há este infinito,
Que me corroi,
Num espaço definhado.
Este espaço,
Este Eu...
Sou veneno?
Sou desgraça?
Que graça,
Vossa Senhoria vazia.
Os afagos,
Prioritários e prestes,
As vestes e os ovários.
Nada de nada!
Tudo vazio.
O calor de um dia,
De fio a pavio,
A margem definhada,
O reviver da sombra,
Ao espelhar da centelha.
O fogo.
O trigo e o joio.
A purificação de quê?
De quem?
Porquê?
Fiquem assim,
Definhem.
Chamem-me o que sois,
Porque, falta-vos coragem!
Eu,
Estou calado!


20JUNHO2015

Sem comentários:

Enviar um comentário