segunda-feira, 29 de junho de 2015

ESTOU PRONTO




Quando me levanto da cama,
Depois de uma noite de sonhos,
Tão estranhos, como pesadelos
Poderiam ser, abraço-me!
Abraço-me de uma forma paradoxal,
Com amor a mim mesmo,
Ou com um ódio, que sendo único,
É sempre direccionado a mim próprio!
Queria andar em frente,
Sem reticência ou duvidas de nada.
Evidentemente que é impossível,
Tanto que os sonhos, como hoje,
Têm este perfil de desabafo,
Quando uma espécie diferente,
Se me revela como "deja vu".
Não é adivinhação a vida,
Mas há parcelas da vida,
Tão estranhas como este desabafo.
Acreditar, ignorar, desafiar,
Ou apenas desdenhar,
São as hipóteses mais comuns.
Enfrentar o mistério é diferente!
Há um "je ne sais quoi" inóquo,
Que me adormece os sentidos e,
Que me faz elevar a Alma.
Como, não sei.
Porquê, não sei.
Para quê, sei ainda menos.
Mas nada acontece sem razão.
Nada de destinos, isso é desculpa,
Porque o destino criamo-lo nós.
Por isso estou farto de letargia,
De possibilidades sem resposta,
De desafios sem confronto.
E estou aqui por isso,
Para me libertar de tudo,
Para me encontrar com tantos nadas,
Pensar no que é óbvio,
Mas acima de tudo, do abstrato.
Pensar na dúvida e na falta de lógica.
Para isto e para muito mais,
Estou pronto!



29JUNHO2015

SIM !!!!!!






Costurar os corpos.
Entrelaçar os membros,
Os braços, as pernas,
As dores boas,
Os sons.

Os gemidos do sim,
Os toques do imediato,
Os arrepios,
Os sons.

A dança dos lábios,
O encaixe dos dedos,
O encaixe dos ventres,
O calor imenso,
O ritmo louco,
Os sons.

Amor,
Faz-se assim,
Com sexo,
Com loucura,
Com corpos,
Com cheiros,
De nós e,
Os sons.

Ser anjo,
Já não me chega,
Ser demónio,
Já não o quero!
Mas, quero-te,
Quero entrar em ti,
Quero ouvir-te,
Os sons.

Que sim,
Que sim,
Que sim...


29JUNHO2015

sábado, 27 de junho de 2015

OURO PURO




Quando me sinto bem,
Fujo até mim, só.
Tenho de comemorar comigo,
O que de mim tem algo que,
Possa justificar o estado de espírito,
Do regozijo e da alegria.
Somos matéria, eu sei!
Somos o que sabemos,
E o muito mais que não sabemos.
Mas somos ouro.
Somos o ouro do Universo,
Aquele que é unico,
Que não é natural do planeta,
Um metal raro, por ser o que é,
Como nós o somos.
Somos uma forma rara,
Mais que metais,
Mais que preciosidade,
Somos o Ouro Puro.
Sei dizer o que sei.
Talvez mal dito, mas digo.
Sou desmembrado de poder,
Não o quero como tal,
Apenas o que tenho, dentro
Lá bem dentro do corpo,
Onde o mal acaba e o bem começa.
Tenho só esta tristeza permanente,
Que não apago por impossibilidade,
Também ela própria, de esquecer
O mal que conspurca o precioso,
O que mata em cadência crescente,
A natural e unica forma de vida.
O Amor está a morrer,
E Eu, morro como ele.


27JUNHO2015

sexta-feira, 26 de junho de 2015

JÁ NÃO SEI QUEM SOU




Sabeis uma coisa muito interna?
Não sei explicar.
Aliás, esse é o "problema"...
A arte!
Porquê eu, falar de arte?
Iletrado, não académico,
Não faço parte de "comuns eleitos"!
Mas deixai-me sujar-vos.
A sujidade da normalidade!
As telas que pinto,
Os sons que programo,
Sem nada, sem saber como,
Sem saber porquê!
Mas é bom!
É fantástico até!
É a derivação da vulgaridade.
É o acto despropositado de existir.
O como, o porquê, isso é...
Uma outra viagem.
E falo em viagens,
Porque a vida é uma viagem.
A minha viagem,
Sem destino,
Sem retorno e,
Sem saber a partida.
Apenas o Eu.
Que para mim é simples,
Mas que às vezes é tão podre.
E cheira.
E cheira a bem, como cheira a mal.
E fico.
E vou!
Saio daqui agora,
Porque ficando,
Já não sei quem sou!


26JUNHO2015

quinta-feira, 25 de junho de 2015

DENOMINADOR COMUM




Preciso de Alquimia!
Muita ciência interna,
Baseada no meu instinto,
E na evolução da Alma.
Preciso muito!
Preciso muito de instinto!
Cada vez mais,
Os sentidos são certos.
Talvez a idade,
Talvez as opções,
Talvez os resultados.
Assumir!
Assumir tudo,
Desde criança.
Por isso fiquei assim,
Sensível,
Irreverente,
Diferente de todos.
Só quero ser Eu.
Só isso!
As fórmulas que me regem,
Já são uma outra química,
Uma transladação interna,
A minha Pedra Filosofal.
É este o meu ouro,
Transformado e alquímico.
Uma nova matéria,
Que poucos sentem.
A matéria sente-se!
Mas não o materialismo.
A diferença,
É o denominador comum.
O Eu!

25JUNHO2015

quarta-feira, 24 de junho de 2015

SENTIR O FIM




É estranho o que sinto,
Esta sensação hipotética.
Falo da sensação do fim,
Quando a maturidade me diz algo,
Que me transporta para perto do fim.
Eu conheço-me.
Claro que me conheço!
Não tenho o idolatrar,
Da probabilidade inoqua,
Do talvez sim e,
Do talvez não.
Ou "sim ou sopas".
Ou é ou não é.
Dizem que é dos Astros.
Dizem que é do Horóscopo,
Que me faz ser assim,
Que antecipadamente,
Sou um pré conceito.
Os tomates!
Vegetais bons para a saúde,
Logo vos mando para uma terapia,
Sã, como os tomates o são!
A sensação do fim,
Parte do presente.
Parte do princípio que gera o fim.,
O que é uma coisa e outra?
O que é o princípio e, o fim?
Acho que nem Deus sabe.
Deus, sabe do princípio,
Sabe da origem das coisas,
Mas o fim. Não!
Não sabe!
Deus não sabe do fim!
Por isso existe o Inferno.
à imagem de Deus,
Há o Inferno como destino pecaminoso.
Ora
Se eu peco, morro?
Então já estou morto,
Porque já pequei e, estou aqui.
Pois.
Sou eu o "estranho" que,
Escreve estas coisas.
E digo-vos já sem preconceitos,
Antes morrer, que ser, assim-assim.
Ou sou ou não sou. E sou!
Sou a minha natura,
A pessoal e intransmissível,
Que me liga à natureza.
O Homem Verde.
O Homo Sapiens,
Que de "sapiens" pouco sobra.
Mas sinto o fim.
E é aí que a vida entra.
Antes do fim!
Antes de dizer que é bonito,
Antes de dizer que só porque sim,
Antes de dizer que a vida é bela,
Antes da estupidez de pensar,
Que não existe o fim.
Porque será que vos custa tanto a realidade?
Porque não sois realistas!
Porque não existis como eu existo?
Porque não?
Porque sim?
Talvez?
Não existe talvez,
Senão na vulgaridade.
Eu não sou vulgar.
Existo como sou,
E não vou mudar isso por nada,
Nem neste Mundo!


24JUNHO2015



terça-feira, 23 de junho de 2015

COMPLETAMENTE VAZIO





Estou apenas vazio.
Como um copo;
Como um copo que bebi,
Que enchi e esvaziei.
Muitas vezes.
Mesmo muitas vezes.
A ressaca.
Talvez seja a ressaca.
Sinto esta sensação afunilada,
Onde tudo se passa e,
Afinal não se passa nada.
Estou apenas vazio.
Como muitas vezes.
Mesmo muitas vezes.
Talvez seja desistência.
Tenho esta forma de estar,
Que me leva a todo o lado,
Mas não saio do mesmo sítio.
O cérebro.
Tal como um copo;
Que enchi e esvaziei.
Muitas vezes.
Mesmo muitas vezes.
Estou vazio.
Completamente vazio!


23JUNHO2015

domingo, 21 de junho de 2015

POUCO MAIS QUE NADA




Queria ser azul,
Quase como o céu.
Quente e frio,
Quase como o mar.

Queria ser de Ouro,
Quase como o Sol.
Sentir-me  a Luz,
Quase elementar,
Energia complementar,
Que alimenta o azul.

Queria ser sombra,
Quase cor de prata
Como a Lua,
Sempre iluminado e,
Sempre cru.

Queria ser tanto
Aquele que sou,
Porque penso!

E sou o céu,
E sou o mar,
E sou o Sol,
E sou a Lua.

Só não sou,
Tudo.

Sou pouco,
Mais que Nada,
E amo !!!!!!!
E amo !!!!!!!

Porque sou assim!


21JUNHO2015

SÓ PORQUE SIM





Quando leio alguns Mestres,
Tenho esta teia que se desfaz,
Que me deixa cair num vácuo,
Tão Infinito de toda a lógica.
Expando as memórias que retraio,
Como censura ultrapassada,
Revista e processada por mim,
Mas que contínua intocável.
E pergunto-me, porquê eu?
Porquê eu, o pasmo de nenhures.
Para quê tentar escrever, nada.
Sei que a razão, é um todo,
Um somatório inconformista,
Feito por demasiadas parcelas.
São as fracções por elevar,
A multiplicações oxigenadas,
Onde o ar é ainda mais rarefeito.
Quem sou eu para falar convosco?
Quem sou eu? Nem eu sei.
Sou um pedaço pesado de carne,
Envolvente da matéria ciente,
Que mais apraz a minha existência.
A minha eterna procura do ponto.
Do ponto interno, do Templo
Que refaço constantemente,
Como aprendiz de pedreiro,
Como pedreiro livre de fronteiras.
E tudo afinal, já é passado.
Esta frase, já é a seguinte,
De um passado recente.
Pergunto-me até à exaustão.
E não durmo, ou durmo pouco,
Ou durmo muito até ficar cansado.
É esta rotatividade que me enlouquece.
É esta loucura que amo.
É com esta loucura, elevada a uma outra,
Que um dia será o final dos outros.
Sou o que nem imagino ser,
Porque ser, é o Ser que não sei.
E existo! Pois claro que sim.
Mesmo até, só porque sim.

ESTADO INVERSO




Cheguei a um estado alucinogénico,
Uma pureza de acidez adocicada.
Não por falta de amor à vida,
Ultrapassem essa questão em mim!!!
Ácido é o sentimento pelo Mundo,
Pelas pessoas (algumas), que vou conhecendo,
Pela Sabedoria que afinal ninguém possui.
Eu tento. Ó Deus se tento, aos poucos,
Esta incondicional dependência do fim.
A questão do Tempo, é o adoçante que trava
Toda esta questão, acre e doce, que sinto.
Entrego-me tanto que acabo a trair,
A minha própria personalidade.
Tenho esta fístula por tirar, sem anestesia,
Onde toda a merda (humana) se acumula.
E não falo de merda propriamente,
Falo de sentimentos que não entendo.
No fundo, lá bem no fundo, é a mesma coisa!
Este meu estado crítico, é alucinante,
Preferia uma garrafa inteira de absinto,
Uma nova coma alcoólica,
Que me levasse a ver a luz, lá ao fundo,
Naquele túnel que falam tantas vezes,
Sem o conhecer, como eu o conheço.
Pois, não só não sabem do que falam,
Apesar de existir essa luz, como lapidam
Uma jóia já repetidamente lapidada.
A isso se chama cópia, ou até utopia.
Não copiem a infelicidade induzida.
Tudo o que procuro é o estado inverso.
Só não tenho a vossa capacidade de fingir,
A cagatividade activa,  a imagem passiva,
Com o sorriso, da lamúria (in)existente.
Abençoados sejais excelências do nada.
Chamem-me "o negativista", ou o que quiserem,
Aproveitem-me para vos elevardes,
A um estado que não sois.
E depois, e depois, e depois...
Morrei como eu, como morrem todos os Eus,
Porque somos mortais aos olhos da Verdade.
Crescei e multiplicai-vos. Vivei, falhados.
Sê-de o que não mostrais, o que sabeis ser,
O que sois por dentro, disfarçados.
A imundice do faz de conta, só é válida
Numa arte que representa a excentricidade.
Sereis actores de Teatro, arte nobre,
Abusada por pequenos e infinitos nadas.
Eu, este Ser indiscreto e inconformado,
Estou num Estado Inverso à vossa vulgaridade.


21JUNHO2015

sábado, 20 de junho de 2015

ESTOU CALADO




Acabo por me calar,
Sempre.
Sigo o Mundo,
De frente.
A Linguagem e,
O dialecto são,
Pouco.
Quase insignificante.
Só os sons evoluem.
Os tons e misteres,
As cores e haveres.
Há tanto de tão pouco.
Há este infinito,
Que me corroi,
Num espaço definhado.
Este espaço,
Este Eu...
Sou veneno?
Sou desgraça?
Que graça,
Vossa Senhoria vazia.
Os afagos,
Prioritários e prestes,
As vestes e os ovários.
Nada de nada!
Tudo vazio.
O calor de um dia,
De fio a pavio,
A margem definhada,
O reviver da sombra,
Ao espelhar da centelha.
O fogo.
O trigo e o joio.
A purificação de quê?
De quem?
Porquê?
Fiquem assim,
Definhem.
Chamem-me o que sois,
Porque, falta-vos coragem!
Eu,
Estou calado!


20JUNHO2015

MATEM-ME





Eu escrevo.
Porque quero ser Eu.
Talvez ser amado,
Ou odiado,
Ou ignorado.
Porque quero ser.
Quero ser, o que fui,
Sempre.
Um formato deformado,
Uma escultura bruta,
Por esculpir,
Por existir.
Mas existo!
E chegam momentos,
Em que é pena.
O Mundo é pena.
Tenho pena do Mundo,
Porque quero ser gigante,
Como os gigantes do Génesis.
Não sou biblíco,
Sou insignificante, como a fama.
Sou vulgar como a riqueza,
O "material" que me acusam,
Não sou(!), inventam.
Sou um ser que ama,
E por mais que tanto,
Nunca o suficiente.
Porque dou tudo.
Porque prefiro a dor,
Que ver sofrer.
E perco a confiança!
No Homem.
Nos "directos" que fingem.
E finjo que sim.
Que não existo,
Que estou ferido.
Então,
Matem-me.
E sigam,
A vossa pobre vida.


20JUNHO2015

SÓ A FAMÍLIA





Acabo sempre por sentir,
Uma forma estranha de encanto,
Quando perco o que realmente amo.
Será uma compensação induzida,
Um trauma disfarçado,
Ou simples frustração.

Não entendo as pessoas.
As que entendo, amo-as tanto,
Que nem outro amor me entende.

Só a família.

Só a família não me desagrega.
É como o medo do eco,
Das sombras, dos segredos.

Tenho dias,
Em que uma corda, seria ouro.
Uma trave, seria magia,
E a liberdade,
O pêndulo.

Eu, um pêndulo...
Um regulador oficial da loucura.
Tantas as vezes,
É!
O que me apetece e,
Que um dia será.

Ou o mar.
O tal (a)mar que me acaba,
Que sempre me chama.

O silêncio.
Este embrionário silêncio,
Que morre antes de nascer.

É o saber,
É o poder,
É o nada.

Tudo o que sou.
Tudo o que fui.
Tudo o que serei.

Abanem-me...


20JUNHO2015

quinta-feira, 18 de junho de 2015

PARAFERNÁLIA IMEDIATA




E não é que de repente,
Apetece-me chegar aqui e,
Cantar músicas que nunca ouvi,
Ouvir sons que nunca li e,
Misturar no compasso, um sorriso.
Olhos fechados,
De frente a um espelho,
Que não vejo,
Que invento, seco, velho e,
Inconformista.
Eis a imagem do momento.
Se ouvirem bem,
Os sons são agudos,
Metais e cordas eléctricas.
Tudo cresce ao rubro do grave,
De baixos fortes,
À percussão imunda.
Uma imundice fantástica,
Um pavor agradável de euforia,
Muito barulho,
Mesmo muito barulho.
É aqui que paro!
É aqui que sofro a falta.
A calma!
Toda uma parafernália,
Onde a harmonia grita,
Por tons rarefeitos de calma.
O piano.
E vem o piano.
O violino.
E vem o violino.
E sai;
E sai tudo,
Assim,
Calmo,
Ideal e apropriado.
A mim.
Claro, que para mim.
Só eu ouço esta música,
Só eu eu a traduzo,
Em cores, por cores.
Só eu sei do que falo!
Se lerem, tentem.
Tentem ouvir a cor,
Tentem falar da harmonia,
Tentem!
Há um pouco da minha vida,
Aqui!


18JUNHO2015

sexta-feira, 5 de junho de 2015

EXCESSO DE TRANSPARÊNCIA





Quero prolongar o incerto,
Na medida proporcional ao exacto.
Equilíbrio.
Mediação. Isso tudo.
Há uma página que prometi escrever,
Um dia.
Um dia qualquer,
Que me permitirá respirar com audácia.
É fácil. Sei que é fácil para os outros.
Sou um animal de hábitos estranhos,
Sem prodígio próprio, senão
Procurar o que posso e quero confiar.
Há um mundo no meio de tantos.
Só neste palpável onde vivo,
Consigo tocar em vários estados,
A aliança que me alimenta o silêncio.
Não é um silêncio qualquer.
É o meu, comigo próprio, sozinho,
Até aos momentos de resposta,
Que só eu ouço por dentro.
Acreditais no oculto?
Na luz deliciosa da loucura simples,
No profundo interno dos elementos?
Sei eu que Alquimista gostaria de ser.
E sou! Tenho a minha alma treinada,
Tanto quanto possível, na ligação.
Sofro de excesso de transparência,
E não quero sarar esta "doença".
Toda a semelhança com a realidade,
Poderá ser coincidência, coisa irreal,
Algo que nunca acreditarei, por inerte.
É nudez que veste o meu Ego.
Sou puro como a água da nascente,
No alto da montanha mais alta,
Onde a frieza desliza imparável,
Até ser quente. E amante da vida.
Quem grita como eu, sem voz
Afónico de saudade impertinente,
Não pertence ao resumo do Tempo.
É o que me trava a vida, Tempo e,
É essa a razão da minha transparência!



05JUNHO2015

quarta-feira, 3 de junho de 2015

SER TRISTE, OU NÃO...




Ser triste.
É só uma questão sazonal.
Ele há o Outono. Lindo,
Contraditório à queda das folhas,
Porque é belo como nunca.
O quê? Tudo. A vida e a Alma.
O ser humano é assim,
Como pior parte da natureza,
Sofre de mudanças sazonais,
Com outros nomes que tais.
As mulheres, são fantásticas!
Nós homens, os heteróclitos,
Adoramos finais de estações.
Olhem só a Primavera!
O renascer das flores,
Os cheiros e as cores,
As áreas livres, a pele feminina.

Já fico triste com poucas coisas.
Ou não, se pensar muito na vida,
Nas dificuldades dos outros,
Entristeço com o pouco, do muito.
Talvez por isso me embarace.
Não nasci palhaço para risos forçados.
Mas rio muito porque não sou palhaço.
Animar é um dom, realmente.
Ser animado é um estado de espírito.
Ser triste é sazonal.
Por isso, não deixo de ser feliz!


03JUNHO2015

terça-feira, 2 de junho de 2015

É SÓ ISTO QUE PRECISO





Escrevo-te com a sensibilidade da sombra.
Não quero surpresas desnecessárias,
Apenas o sossego silencioso da sombra.
Sabes, é preciso Sol para haver sombra.
Todos sabemos. Adoro o calor do Sol,
A energia necessária ao sorriso do corpo,
O desvio abstrato dos contornos do corpo.
É isto! É só isto que me sensibiliza na sombra.
A bravura sensata de ser desfigurado,
Jogar com ângulos, profundidades e
Perspectivas loucas, tão disformes como a mente.
Por vezes, confundo a minha mente com a sombra.
Apaga-se a luz externa e nasce a luz interna.
É a variante da personalidade, do acto de pensar,
A excentricidade crescente e pouco controlável.
Ainda a controlo, sim. Ainda a controlo.
Até quando, não sei. Mas sabes, escrever-te
É um pouco de tudo isto misturado.
O interno e o externo. A loucura e a sobriedade.
Já não me chega a idade. Já não me chega o tempo.
Vivo de afogadilhas impertinentes comigo mesmo.
Por vezes, acho ridículo e luto contra elas,
Tem outras vezes que as procuro como oxigénio.
Somos tão diferentes, como sabes. Tão diferentes.
Escrever-te às vezes é desconexo e estranho.
Eu sei que sim. Porque penso e repenso,
Eu sei que sim. Mas o limiar do desejo,
Tem estas intervenções não premeditadas.
É isso que me atrai, em mim, em ti, em tudo.
O contacto imprevisível, a suavidade e o tumulto.
Escrevi-te só para saberes que existo.
Tem dias em que preciso destes devaneios,
Por desconfiar que não estou aqui.
Espero que sim, que esteja onde estou.
Que sou eu quem escreve, mesmo mal, mas eu.
Se leres, sorri, é só isso que preciso!


02JUNHO2015

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O BENEFÍCIO DA CERTEZA




Decidi assumir o benefício da certeza.
Sem egocentrismo ou chauvinismo.
Há que ter certezas que completem a dúvida,
Só assim existe o ponto de partida para o nada.
O desvio do talvez, é como um degrau falso,
previsivelmente capaz de me levar à queda.
É preciso cair muitas vezes é certo,
levantar novamente, sacudir o pó velho,
alisar as pregas amarrotadas do corpo,
até sentir um frio agradável e cicatrizante.
Porque será que confundem a honestidade,
com formas obsidiantes inexistentes?
A inteligência é tão bonita quando partilhada.
Observar os outros é matéria farta,
é vício salutar com interpretação própria.
Quem pode criticar isso? Todos eu sei,
só não entendo porquê a necessidade
de assumir sensos comuns, afinal, privados.
Admiro a atitude enérgica e a partilha,
a capacidade de chorar a tristeza,
a coragem de mostrar a fraqueza!
Admiro e venero tanta coisa,
que no fim, acaba em desilusão.
Tenho pena. Quero a felicidade,
mais aos outros que a mim próprio.
Sou simples, vago e estranho. Eu sei.
Por isso assumo o benefício da certeza!


01JUNHO2015