Sou o óleo na água.
Insolúvel e proporcionado,
pelas dúvidas que já não tenho,
com a força que nunca tive.
Ó Deus... Estou cansado.
Não perco nada em estar só.
No fundo, sempre estive.
Claro que a natureza humana,
esta que me deste e não chega,
é desconforto ignóbil da desilusão.
Preferia ser o óleo no pigmento!
Preferia morrer da pele e corpo,
entrar num mundo novo e de cor.
Preferia conquistar outras coisas,
folhas, telas, os espaços brancos,
vivê-los em imagens tão diferentes,
onde apenas a felicidade,
a minha discutível felicidade,
mesmo que impossível fosse,
me retorne a excentricidade inata.
Aquela que sempre tive.
O existir em mim.
Quero estar quieto, sentir-me assim.
Um pouco só, um pouco ecléctico,
mas sempre só dentro do meu Eu,
da minha dor e amor,
do meu frio e calor,
do que só eu urro ao céu.
Só assim acredito nos outros.
Os que dizem que sim, só porque sim!
Cada vez percebo menos!
A simplicidade?!
É difícil encontrá-la além de mim.
Não acreditem. Não assumam.
Acusem pela vossa fraqueza.
Iludam-se a vós próprios nesta imagem,
a que me dói e, só eu sei ser a vossa.
A dor já não será minha. Já foi...
Não percebo o mundo sem este sonho.
Um sonho realista, com raios de tudo,
quentes de um Sol alucinante,
até cair em mim e partir,
para um outro lado lunar.
Aqui, só aqui, só o Eu.
O que quer e já não dá,
o que perde e já não encontra,
o que ama e já não quer amar.
Ide! Ide à vossa pobre vida.
Ficai nesse pobre Ego disfarçado,
de tão pouco. Ó Deus, de tão pouco.
Fico Triste! Sim, claro que fico.
Tenho pena de vós!
Vivam! Sejam felizes!
Sejam amigos e inimigos,
mas deixem-me por favor!
Deixem-me só,
em paz.
Feliz!
01OUTUBRO2014