sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

QUERO SAUDADE



Saudade é tão ambígua como real.
São banais, o sorriso e o tormento.
Inteligência, é cruel por imposição.
Este poder fantástico do sentimento,
consegue idealizar o dispensável.
Faz-me sentir presente, o
que nao toco nem cheiro, mas quero.
Inebria constantemente os sentidos,
que nao activos assim se tornam.
Falta-me o cheiro e o toque, a palavra.
Faltam-me os seroes e a madrugada.
Um de varios olhares, um e tantos beijos.
Falta-me tanta coisa, que nao me queixo.
Mas tenho o direito de sentir saudade.
Admiro esta capacidade humana.
Latina ou global...sempre individual.
Criar de imagens do passado, faz-me
sonhar imagens do futuro... ausente.
Divagar em tantas paragens no tempo.
Explorar este presente, apenas e so
por ter a capacidade de quem sente.
Preciso atravessar o mar... estar contigo.
Preciso de olhar as nuvens, sentir-me alto
sentir a turbolencia da vida, e amar.
Saudade, sempre tao boa como objetivo,
tao triste, porque afinal nao e preciso.
So me falta o poder do tempo.
Viajar a qualquer momento, mas aqui...
Como o faco sempre, na boleia do sonho
na vontade de um beijo, do inalar o teu cheiro.
Quero saudade justa, mas que nunca acabe.
Ter saudade e preciso, para ter vontade.

11 JANEIRO 2013

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