domingo, 13 de janeiro de 2013

OS ELEMENTOS



Fico estranho ao som da chuva.
O dia cinzento e o vento... estranho.
O fustigar da agua na janela,
os silvos do vento nas frestas,
acalmam em cadencia quase certa.
Realmente o Sol faz falta, sem duvida.
Energias diferentes, um respirar fundo.
Faz falta uma janela. Uma opcao...
Deixar entrar o ar... ou nao.
Isolar-me dos elementos... ou nao.
Mas o som e magico. Gota por gota...
Fustigado, o vidro brilha... estranho.
Gosto destas tempestades, dos ventos
das chuvas, o sossego da violencia.
Uma violencia colossal, mas calma.
O calor da lareira, que se ri do frio.
Uma chavena quente, e um livro.
So me falta uma nau, uma vela.
Soprar o lume e velejar na janela.
Na tormenta que nao me toca,
na violencia limpa da tempestade.
Como sou fragil, aqui no meio.
O unico poder que tenho, e a escolha.
Se fique, ou parta... se sinto medo.
Fico estranho ao som da chuva.
A calma deste quadro... um toque surreal.
Um local circunspecto, que me liberta...
Em frio de vento, ao toque da chuva.
Sinto. Sinto sim uma existencia imposta.
Opcoes limitadas, ate mesmo a inteligencia.
Ha sempre algo mais alem, mais forte
mais justo e mais cruel. Mais agradavel,
sera o eco sobrio do vento, mas mais ainda
um mimo desfeito, em lagrimas de chuva.

13 JANEIRO 2013

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