Viajar na memoria nem sempre me tras felicidade.
Memorias... sao as teclas e a musica de um piano.
Nostalgia com genio ou nao, requer positivismo.
Tento o positivismo rebuscando um bau esquecido.
Pequenas e grandes coisas que me fazem sorrir.
O cheiro da manha, nas vielas do Quartier Latin,
um cheiro mofo dos livros empilhados... um sonho.
O cheiro a cafe e um croissant... salpicos de nevoeiro.
O som da concertina que me soa como o eco da brisa,
que me empurra gentilmente passando a ponte Nova.
Um Louvre que me agarra, as Torres... um prisma.
O arco iris das piramides de cristal... simbologia.
A sensacao dos povos faz de mim santo e pecador.
Ja em Roma, os cheiros sao mais fortes...
Uma capela, uma coluna de marmore flagelante,
senti-me Cristo na dor e na vontade... que saudade.
Chorei o sangue em Brugges sem saber porque,
um relicario que me tocou, e nao sei... chorei.
Impulsos inexplicaveis, percursos da alma, talvez.
Incontrolavel toque interior, uma cruzada propria.
Todos os caminhos sao os ramos da minha arvore.
Cada carreiro, estrada e percurso, a minha memoria.
Estes salpicos temperados de coisas simples e felizes,
sao abafos quentissimos, que isolam o frio da tristeza.
Nao tenho frio... nao tenho demasiada tristeza.
Apenas alguma, porque sou humano e faz parte.
Estes arquivos que a minha memoria cataloga,
sao o meu acre e doce que alimentam os dias.
O presente, ja hoje que sera passado... ja o e.
Basta olhar virando a cabeca, vejo memoria.
Pois que fique, enquanto me lembrar...
Sobrevivo.
12 JANEIRO 2013
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