Amor não tem nada, que se lhe diga.
É sentir a outra margem escondida e, viva
pela tempestade, do oceano que nos separa.
Amor é cheirar-te ao longe, sem ter dúvida.
É encontrar-te no meio de tudo.
É como sentir um sopro, por cada bater de asas,
Mesmo pequenas que sejam, mas que me acordam,
Piando o pássaro, no parapeito da janela.
Percebo seres tu, quem não pode voar.
Um piar que me acorda de tão simples e leve,
Como folhas de Outono, vestidas com cores alegres,
Quentes, que me fazem parar, pensativo,
Enquanto vejo o bailado, enquanto caem.
Amor, é o silêncio dos olhos, que não se calam.
Sentir todos os poros que tenho,
Que se conhecem, um por um.
Um impulso apertado, lábios colados. Um abraço.
Abraço forte, de veludo, onde a pele escorre
O suor da entrega, e as lágrimas do prazer.
É o teu gemido, doce, que me agarra a alma,
Que me aperta esta vontade, de não dizer nada.
Amor não me traz a tristeza, já a provei acre,
mesmo partindo. O murmúrio do teu olhar,
Tem uma linguagem própria e tão intensa...
Capaz de iluminar, os meus passos incertos,
Aqueles que me trazem de volta.
Mas o cheiro fica...
Amor ,não tem nada que se lhe diga.
Amor faz-se...
Contigo!
30 NOVEMBRO 2012