domingo, 2 de agosto de 2015

NOSTALGIA ADOCICADA





Sabes que, enquanto te oiço,
Não são os sons que me tornam feliz.
São as variantes, escondidas,
Em todas as melodias dos corpos,
Como um pequeno gesto.
É a purificação inadvertida,
De um profanar dúbio,
Como as ideias de cada um.
O som do piano é um aparador,
Talvez de lápiz finos e afiados,
Talvez de uma madeira nobre,
Que preenche um espaço opcional.
Pensar no passado, na família,
Na nascença e crescimento lento,
Torna-se um virar de páginas,
De um álbum a preto e branco,
Retocado por afinidade e resultado,
E que me deixa nesta forma nostálgica.
Mas sabes, sabes muito bem que,
A nostalgia é importantíssima.
Não é um estado degenerado,
Mas o apuramento do futuro,
Com as interpretações do passado.
É um filme inesquecível,
Como um "Schindler's List",
Como um "LA Vita É Bella",
Um "Metrópolis", ou outro qualquer.
É preciso amá-lo! Senti-lo!
Ouvi-lo e perceber o que diz a mensagem.
Cheiram-me os corpos queimados,
As válvulas do Cinematógrafo,
Que queimam o sentido do fácil.
O fácil, nasce e cresce como tudo.
Tudo se transforma em melhoria,
Com o passar do tempo.
É esse o idealismo principal.
O Tempo que não pára, como eu,
Como todas as vontades puras,
Que não devem parar no Tempo.

02AGOSTO2015

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