sexta-feira, 7 de agosto de 2015

DE RESTO...




A ingenuidade.
Ahahah, riu-me
Da minha ingenuidade.
É como uma banda num coreto,
Numa festa de verão,
Numa aldeia em nenhures,
Onde todos se empolgam,
Num ritual instintivo,
Com repetição na mesma data.
Ingenuidade é vazia e previsível,
Até só e, porque não existe.
Há distrações, claro que as há!
Ingénuo, é o útero
Que nos cria e,
Acaba por parir.
Ingénuo sou eu por seu Eu.

É lindo o amanhecer,
Como o entardecer,
Como o copo cheio,
O copo vazio.
É tudo muito giro,
Desde que queiramos que seja!

Depois, há a vida.
Aquela real, o dinheiro,
A saúde, as amizades,
Onde nada vive indiferente,
Senão a hipotética indiferença.

Sou como um rio.
Modesto e agreste,
Dependente da corrente,
Dependente do tempo e,
Da animalidade incógnita.
E das margens...

Sou como sou!
De resto...
Não sei!


07AGOSTO2015

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