quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

SEM VONTADE DE REGRESSO




Chegar devagar ao meu corpo,
De uma viagem como tantas,
Onde me perco propositadamente,
Sem vontade de regresso,
É um acordar difícil de gerir.
Rasgam-se as nuvens,
Nos cantos do céu, misturado
No horizonte, tão perto de mim.
Os meus antípodas, são aqui,
Tão perto que me assusto,
Sem receio real, onde só eu chego,
Numa paisagem que só eu vejo,
Nas definições que só eu entendo,
Num mundo louco que é só meu.
Egoísta? Não diria que sim
Como não diria que não.
Talvez, talvez seja eu a onda
De uma qualquer tempestade
Que adoro sentir na pele,
Como náufrago moribundo,
Que lá bem no fundo, reage
Ao frio da falta de oxigénio,
Que salta dentro do corpo,
Doido, doido, completamente doido
Com uma vontade inigualável
De se agarrar à vida, a esta vida,
Que se torna de súbito suave,
A todo o momento,
A um qualquer momento,
Desde que o amor exista.
O amor. Sim! É esse o segredo.
O tal motivo e a causa deste crime.
Assim me acuso, me entrego e,
Capitulo à paz banal do nada,
Porque esta tempestade no peito
Faz parte do porquê em estar Aqui.
A paz é esta tempestade...


03DEZEMBRO2015

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