domingo, 20 de dezembro de 2015

DO PEITO AO INFINITO





Perder o método de qualquer coisa,
Criando a razão de qualquer coisa!
Lá vem a noite e a névoa, tão boas
Que me enredam, desfigurado, num cais.
Um cais deserto, abandonado,
Cheio de pequenos "frames" perfeitos
Com fotografias a preto e branco.
Até a cor sépia, fica encantadora!
Será um estado cinzento o que vivo,
Com admiração por estes fundos,
Que me preenchem sonhos e vida.
Serão revelações irreais da mente?
Uma realidade subconsciente assumida?
É partir para uma guerra.
Um amor que fica em terra, a saudade,
Uma tempestade no mar, o vazio do medo.
O enorme vazio do medo. Escondido...
Ser feliz é dominado por imprevistos,
Podem ser mentiras tão fortes e tão frágeis,
Que me enrugam o poder do efémero.
E fico nu. Ser mortal é potentissimo,
É este estar aqui, um momento,
Com a vontade de não fazer nada,
Querendo fazer tudo o que é quase impossível.
Viajar por desertos sem hipótese de sede,
Soltar ventos e os véus com todas as cores
Sem abutres hipócritas de sentimentos
Nem corvos que encontrem a segurança.
Só a lágrima cria o oásis necessário
A uma sobrevivência não subserviente
A uma liberdade pessoal e sem regras
Sem impedimento de gritos profundos,
Lançados do peito ao infinito.
O suficiente!
Preciso só o suficiente!
Perder o quê, se só perdendo se acha?
Morrer para quê, se só morrendo se renasce?
Estar aqui, beliscar-me e sentir dor,
É sinónimo de uma qualquer coisa
Mística e inqualificável por ignorância?!
Vejo o que quero ver,
Sou o que quero ser.
Só assim, atinjo alguma coisa.
Sinto o que posso sentir,
E são estas sensações,
Separadamente juntas,
Me fazem amar a vida!
São todas as dúvidas e,
Todas as certezas possíveis,
Que me criam mais dúvidas.
Oiçam com a Alma,
Gritem por mim!
É assim
Que um dia qualquer,
O meu Peito volta do Infinito.
Sei que sim!




20DEZEMBRO2015

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