segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

IMPOSSIBILIDADES





Atrasei o relógio
Mas não parei o tempo.
De desilusão em desilusão,
Tento equações diferentes
Sem resultados práticos.
Prefiro fechar o cérebro
E usar a imaginação
Que anda mais que fértil.
Misturar os trópicos
Com areias e corais
Onde possa mergulhar
Sem precisar de oxigénio.
Trocar as necessidades
Do corpo humano
Por situações patéticas,
Impossíveis e irreais.
Conversar com os peixes,
Argumentar com os símios,
Correr à frente de gazelas
E gozar o espanto.
Uma surpresa a Deus,
Com a criatividade
Que nem ele se lembrou.
É engraçado ser absurdo
Tornando a realidade
Em abstratos e fábulas
Tão reais como a minha sede
De entrar pelo mar adentro
E ficar. Não voltar.
Talvez para lá da estratosfera
Também seja interessante.
Tudo que me tire daqui,
Desta realidade atrofiante,
Será a viagem mais desejada.
Sonhar. Eu sei sonhar, claro.
E é acordado que tenho este
Pensando nos próximos sonhos
Com motivos programados.
Impossível nada o é.
Não acredito na impossibilidade.



28DEZEMBRO2015

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