segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A FUGA AO REFLEXO




A pele acordou-me,
Arrepiada de sonhos,
Com um mar a crescer,
As casas a ruir,
E todas as fantasias,
Que a vida me força a ter.
Posso estar a delirar.
A sensação da pele,
É um prazer muito meu,
Intenso e demasiado,
Que corro atrás,
Na fuga aos espelhos,
Porque nisso, sou egoísta.
Só nisso.
Na fuga ao reflexo.
O prazer,
A pele, o toque,
Os aromas do amor,
Mais que necessários,
Muito menos que egoístas,
O borrifar dos perfumes,
O fresco das fragancias,
Faz-me tremer, simples
Como a troca da pele,
Poros nos poros,
Dedos nos dedos,
Olhos nos olhos.

E as bocas,
Os lábios,
Todos os lábios,
Tão teus,
De meus quando os beijo,
Quando lhes toco,
Íntimos e infinitos,
Como a pele,
Assim arrepiada,
Sem horas certas.
Adiar o adormecer,
Faz-me sentir que sonho.
A diferença é a calma,
Correr uma vida calma,
Com uma pressa disfarçada,
Por um tempo que é meu,
Ou que não é meu,
Mas que não me dou conta.
Do tudo o que aprendi,
Não fará bem a ninguém,
Senão apenas a mim,
Nem é principio, nem é fim.
O segredo, é ficar...


22NOVEMBRO2015

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