A transparência ultrapassa-me
seguindo uma direcção.
Isto faz-me pensar. Será essa coisa,
o ultrapassar inocente dos limites?
Talvez seja uma fronteira. Um teste
que violo, sem saber como, nem porquê.
As horas, o tempo, têm uma cadência
infernalmente monótona. Previsível.
A transparência, é algo inesperado,
e torna-se agradável atravessá-la.
As palavras, são quase sempre transparentes,
especialmente sarcásticas, metafóricas
ou até mesmo irónicas. E gosto!
Mas transparente, é tanta coisa.
O vidro que é frágil e quebra,
o ar que é invisível e respiro,
as almas que não vejo mas sinto.
Pessoas são o que menos entendo!
Prefiro a transparência do sonho,
tenho a dúvida do "deja vu",
o suor da alma hiperactiva,
tudo, todo este encanto
enquanto o corpo dorme.
Ultrapassar motivos que não conheço,
com histórias que afinal não invento,
sempre me fará voar
para um outro mundo paralelo.
Depois outro, depois outro,
ainda mais outro, e ainda mais outro.
São tantos os meus mundos que,
Viajando nessa transparência,
toco sempre a felicidade.
A transparência não me trava.
São portais, gelatinosos e turvos que,
ao toque que não sinto,
me dão a coragem de avançar.
As cores são reais, apenas alteradas
pela lógica de todo o real, o outro...
Meu Deus,
(sem blasfémias),
tendo eu o poder de escolha,
obviamente, optaria pelo outro lado!
20DEZEMBRO2013
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