Não é novidade o silêncio!
Todo o tempo recorre ao dito.
Indignidade de um santo?
Poder ambíguo do vazio?
Não!
Gerir o passar dos dias!
Por imposição de uma vida,
Tudo tem uma saída.
Basta bom senso!
As causas perdidas,
transformadas em letras.
Misturar quanto baste.
Apenas sai,
sai o que penso,
sai o que sinto!
Se fico equidistante da fala,
será tentativa inútil de atenção?
Será que me disfarço e fecho,
numa energia translúcida, numa nesga,
tão corrosiva como a profundidade da vala?
Não!
A morte persegue-me em vão.
Não a quero, nem desespero.
Nem tudo é dito quando se fala,
nem tudo se esconde,
nem quando se cala!
Se sair por aí, ébrio de ar,
será oxigenada a calma.
Um passo em cada passo, que passo,
há um chicote de vida que me remexe a alma.
A alma não tem pele, mas sangra!
Não é novidade o silêncio!
Não!
Nada me tortura mais que a palavra,
especialmente a que não é dita,
e é só na ausência, que pode ser descrita.
A saudade, é tão indelével.
Mais alegre se sente uma escrava!
Uma postura de nada, é pio,
neste mundo execrável,
que me arranha compulsivamente
com desprezo. É cobarde silêncio!
Sim!
Nada neste mundo pára,
nem de consternação maldita,
nem um pouco de nada ainda,
bem mais importante que a fala.
Quando tudo me cala, a palavra está dita.
Sim!
Algo me obriga,
por enquanto,
a gerir o silêncio?
Sim!
29DEZEMBRO2013
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