domingo, 13 de março de 2016

SANIDADE INSANA




Acho mesmo que enlouqueço.
E não me queixo, porque amo
Ficar fora da sanidade assim,
Com música nos píncaros
Sem sonhos inalcançáveis,
Com desvios à norma quanto baste.
Este mundo é difícil de digerir,
É difícil de suportar, mas quero
Aiiiiii, sim quero ficar aqui;
Para já, sem queixas ainda
Porque me queixo na mesma,
A toda a hora, e só posso viver
Queixando-me do mais que falta.
Ainda falta tanto, para tudo
Tudo o que nunca terei,
Tudo o que já não me chega de tempo.
Quero aquecer o cálice,
Sentir o crepitar das brasas
E o queimar do vidro nos dedos.
Sentir o cognac engrossar
Num veludo que me fará voar,
Por cada bafo que junto
Num cubano que não me co(h)iba.
Quero enlouquecer assim,
Cheio de razão na mente
De Soberba ainda presente,
A quente e a frio,
Como as brasas que morrem
Depois da queima, e voam...
Prefiro passar por estes estágios,
Que andar adormecido e enganado
Por qualquer motivo indeciso,
Sou vivo como a chama,
Áspero como um glaciar,
Mas que no toque, me sintam
Como eu sinto o veludo do ar.
Quero tanto ter-te...


13MARÇO2016

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