quinta-feira, 3 de março de 2016

CONTAS POR ACERTAR





Olá Deus.
Temos umas contas por acertar.
Sabes,
Não sou ateu,
Mas também não sou teu.
Não deixo de acreditar
Mas sou mais de coisas da ciência.
Factos, mesmo redundantes
Mesmo incompletos pelos mistérios.
A idade.
A porra do Tempo.
A tua prepotência para tirar,
Depois de nos trazer aqui.
Não pedimos nada, nem nascer.
Não pedi a Alma nem o descernimento,
Não preferi inteligência nem vazio.
Mas sinto amor. Vários tipos de amor.
Hoje,
Sabes bem que hoje,
Abusaste conscientemente da felicidade.
Da minha felicidade.
Não gosto nada que abusem de mim.
Abusaram como sabes
Durante muito tempo, muitos anos,
Não tens o direito de me magoar.
Estou triste.
Estou triste e desiludido com isto.
Com esta merda de vida e morte,
De força e fraqueza,
De "a vida é isto"...
Uma merda é que a vida é isto.
Um dia falaremos os dois.
Com outro nome que me agrade
Porque este de Deus é a táctica
É a inteligência da arquitectura disfarçada.
Tens de me explicar muita coisa
Porque me dás a felicidade
E a tiras, assim, num estalar de dedos.
Não a perco, mas tenho de recuperá-la.
Há dias, em que pensar em ti
Me deixa fora do Mundo
Quando sei que estás aqui,
Dentro de mim, no peito
Neste meu Templo real,
Na alma que trais amiúde,
Mas sempre sobrevive à tua ausência.
Um dia falaremos!


03MARÇO2016





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