Vai-me fugir a loucura,
De uma longa forma,
Disfarçadamente calma.
Sonhei perdê-la ao
Saltar de um pânico imenso,
Para a realidade que conheço.
Não posso viver sem extravagância.
A loucura é a mais importante.
São pedaços de imaginação,
De fugas, sem fugir para nenhum lado.
O corpo. Só o corpo não foge.
A loucura, essa, tem tantos nomes.
É-me indiferente a classificação,
Os carimbos, e fujo a preconceitos.
Nem todos, alguns são loucos.
Se forem banais e me sinta indiferente,
Tenho de viajar dentro de mim,
E procurar, procurar, inventar,
Inverter o processo lógico,
Tornar-me invisível ao mediano.
Tocar os sentidos cá dentro,
Com a ponta dos dedos,
Com a loucura que não se vê,
Ou ficar são pela insanidade.
Vai-me fugir a loucura.
Não pode! Não deixo! Não posso!
Vou gritar, saltar e pontapear o ar,
Mostrar que valer a pena, não é doentio,
Que é preciso uma excentricidade camuflada,
Porque só assim permaneço no mundo.
O destino é uma invenção da loucura.
O presente é a minha doença escusada,
Que trato em proporções certas da realidade.
Se a loucura fugir, morro de tédio,
Desisto do mundo, afogo-me no azul,
Do céu, do mar, do que melhor achar.
Deixem-me sózinho, agora e sempre,
Nestes momentos internos incríveis,
Que me fazem sorrir como só eu sei.
Se lhe chamais loucura, sois doidos.
Não há melhor sensação que esta,
Quando sinto este incontrolável
amor pela minha loucura.
21MARÇO2015
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