sexta-feira, 6 de março de 2015

A ÚNICA FORMA DE SER


Não é a distância que me foge,
Nem fugirei à ausência das coisas.
Fico à beira de uma certa apatia
Pela urgência dos reencontros,
Apesar do caminho escolhido,
De uma ou outra mudança de rumo.
Só o palpitar do peito faz sentido.
O cansaço, as alegrias, os medos.
Descansar é uma questão de tempo.
Tudo é uma questão de tempo,
Tudo é uma questão de distância.
Não preciso da presença física,
Para que o coração se configure
Em sensações diferentes,
Com a mesma forma de expressão.
Um espaço aberto, pode ser claustrofóbico.
A mínima letra pode ser o Universo.
Tudo pode ser o tudo que quero,
Como pode ser um nada imenso.
Só o mar e o céu se juntam,
Só o horizonte me delicia o olhar,
Só a arte conjunta me beija a alma,
Com o prazer único da Eternidade.
Só momentos sem resposta,
São razão de todas as dúvidas.
Não imagino o final de nada.
Compreendo cada vez melhor,
O que nunca compreenderei.
Não me avalio pelas fugas.
Usá-las é o meu processo lógico,
De enfrentar o tempo que me resta.
Quero sentir o que me resta,
Com a cura emergente de mim próprio.
Quero amor, quero amar o que amo,
Amar quem me mereça... E ser Eu.
Sem fugas nem distâncias.
Viver é a única forma de Ser.


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