Tenho esta fome de controlar o silencio.
Tenho um formigueiro enorme na alma,
uma vontade gigantesca de sair da pele.
Se me abstenho de pensar, bloqueio
por pensar nisso mesmo. Em nada...
Tudo isto se torna aflitivo e sem remedio,
alem de que a pressao comigo proprio
cresce sem limites imediatamente incontrolaveis.
Nao me abnego, nao me abstenho!
Nao sou facil de entender, eu sei.
Mas tambem nao me preocupa sobremaneira,
as opinioes de terceiros. Nem a minha,
porque ate comigo eu luto e desatino.
O silencio, esse sim e o trofeu da minha luta.
Rumar a um estado consensual de silencio.
Um patamar que so a sabedoria e o tempo,
tem a capacidade de entregar realmente.
Tenho estes devaneios intermediarios,
que nao me deixam esquecer este objectivo.
Tenho de me entusiasmar amiude, sozinho
no silencio, na procura deste mesmo silencio.
Um silencio superior, nao apenas de boca calada.
O que me galvaniza nestes momentos,
e o que sinto por dentro, la bem no fundo...
A alma, que tem um poder indefinido, oferece
um martirio permanente e constante ca dentro,
nao para de me atazanar os momentos de banalidade.
Sendo justo e sincero, aprecio e agradeco,
tenho este privilegio interno de inconformismo.
Mas sou absolutamente previsivel, e detesto!
Apesar de tudo sou o que serei, em silencio.
Aprender a viver com silencio, e uma saida
para toda a podridao diaria dos sentidos.
O acumular de noticias que nos tornam estranhos,
as duvidas que nos manteem vivos, sao tantas...
A terapia e facil se a entenderem, se a conseguirem...
Basta tao so, controlar o silencio.
30 ABRIL 2013
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